segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Casamento africano



As tradições de casamentos africanos são diferentes em cada região, porém possuem alguns pontos em comum. Para a maioria, o matrimônio é muito mais do que a união de duas pessoas. Trata-se da celebração da instituição familiar, a união de famílias ou até mesmo de tribos. Em alguns casos, os pais da noiva chegam a mudar-se para a vila do genro. Sempre repleto de cores, música e danças, um casamento africano pode durar dias.
A ideia de marido e mulher ainda é arcaica na África. As meninas compreendem desde cedo como serem boas esposas, aprendem linguagens secretas passadas de mães para filhas, com as quais conseguem se comunicar sem que os maridos percebam. Os homens, por sua vez, são ensinados a serem bons parceiros e protegerem suas esposas. É comum haver antes do casamento um encontro entre os noivos e anciões, que ensinam-lhes importantes lições para alcançar um casamento feliz.

Particularidades de cada região:
  • Kenya
Algumas tribos costumam projetar o casamento do filho assim que ele nasce. Quando atinge a idade apropriada, fazem um acordo verbal, selando o destino de duas crianças. Normalmente as mulheres se casam sem nunca ter visto seu marido (que muitas vezes é mais velho do que a noiva). A mulher deve fazer suas malas e dirigir-se para o local de cerimônia. Durante o casamento, seu pai cospe em sua cabeça e peito, em um sinal de respeito. Diz a lenda que após casada, a esposa nunca deve voltar para sua casa original, porque se assim fizer, irá se transformar em pedra.
Outros povos, como os Swahili, banham as mulheres em óleos e tatuam seus pés e mãos. Diferente de nossas tradições, os Kupambas realizam uma festa na noite após o casamento, a fim de que o homem exiba sua noiva para outras mulheres. O intuito desta tradição é mostrar para todas que ele já possui uma dona. É importante também que as mulheres usem lindas roupas e jóias, disputando entre si quem possui o marido mais rico, generoso ou de melhor gosto.

  • Namibia
No povo Himba é comum que a noiva seja raptada e levada até a casa do noivo. Antes da cerimônia é colocada sobre a mulher uma manta feita de pele. Após o casamento, a noiva deve voltar para casa, onde recebe instruções para ser uma boa esposa, além de um banho com uma pasta feita de manteiga, simbolizando sua aceitação na nova família.

  • Etiópia
Este povo costuma adornar a noiva com tatuagens no abdomen. Em algumas tribos, como a Amhara,o casamento pode ser apenas uma troca de interesses selado por um acordo verbal.

  • Sudão
Os Neurs costumam selar seu acordo com o pagamento de 20 a 40 cabeças de gado, cedidas pelo noivo. O casamento só é confirmado quando a mulher dá a luz a pelo menos dois filhos. Caso ela não consiga tê-los, o noivo pode pedir um ressarcimento do pagamento inicial e a anulação do matrimônio. Ainda mais interessante é a prática em relação ao falecimento. Se o homem morrer, a família do mesmo deve ceder um de seus filhos para tomar seu lugar. O casamento deve prosseguir como se nada houvesse ocorrido: o homem deve exercer o papel de marido e pai



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